Cate Blanchett de regresso a um dos melhores papéis da sua carreira. Queen Elizabeth. Desta vez com Clive Owen e Samantha Morton a juntarem-se ao também repetente Geoffrey Rush. Promete.
Um grande nada é tudo aquilo que espero da maior parte dos filmes hoje em dia. Há sempre actores e realizadores que me inspiram mais confiança e me arrastam certamente para uma sala de cinema. Mas, mesmo essas figuras acabam por falhar de vez em quando, por isso é preciso manter a expectativa baixa para não sairmos demasiado desiludidos, ou, para ainda nos permitirmos ser agradavelmente surpreendidos.
Big Nothing não pretende ser um filme para ficar na história. Pretende ser cinema de entretenimento, a boa comédia só pelo gozo de a ver. Sem se preocupar demasiado com falsos moralismos ou questões de preguiça ortodoxa. Deixa-nos no inquietante lugar do faz de conta. Muitos consideram esse espaço um atentado ao cinema, o desvio do que é real é muitas vezes confundido com absurdo ou irrisório. Como se só fosse permitido ao cinema fazer de conta se estiver catalogado como ficção científica ou cinema fantástico. Pois eu depressa me oponho e acredito que, para uma comédia non-sense funcionar, tem de ter a sua vertente megalómana. Em que nada daquilo é realmente possível mas ainda assim prende-nos ao ecrã e abre-nos sorrisos em vez dos habituais bocejos.
Este é um filme tão simplesmente definido como uma comédia. Exagerado porque o pretende ser, contido porque não quer levar-nos ao outro lado da barreira, equilibrado na sua tentativa de parecer desequilibrado. Podia aperfeiçoar algumas arestas, em que, por exemplo, as piadas simples se tornam preguiçosas e passam a simplistas. A diferença entre um filme que faz de conta ou um faz de conta que se apodera do filme também pode ser mal interpretada e aí legitimam-se as opiniões que limitam o filme a um espectáculo do absurdo. Eu continuo do lado de cá da linha, no qual consigo encontrar defeitos mas com a mesma facilidade os desculpo, pelo conjunto de ideias e sequências particulares (e digo particulares como um elogio) que o filme consegue tornar mais relevantes no final.
Simon Pegg (que já tinha provado a sua inclinação para comédias com um ambiente muito próprio em Shaun of the Dead) e David Schwimmer dão um alento especial a toda a trama e são muito bem acompanhados pelas belíssimas Natascha McElhone e Alice Eve. Numa deprimente tarde nublada ou num solarengo dia de verão, Big Nothing está destinado a deixar-vos bem dispostos. Mesmo que daqui a uns anos seja somente um grande nada do cinema.
Hey hey. Este estreava cá esta quinta-feira! Porque raio é que desapareceu das próximas estreias? Espero que não tenha o mesmo destino de Manderlay que, até hoje, ainda está para ver a luz do dia em terras lusas. E assim vai a nossa indústria de distribuição portuguesa, cada vez a inspirar mais confiança.
De 19 a 29 de Abril, o Indie está de volta a Lisboa. Desta vez nos cinemas King, Londres, São Jorge e Fórum Lisboa.
O cinema independente vindo de todos os cantos do mundo, vem enriquecer a cultura dos amantes de cinema, ao mesmo tempo que continua a apostar na divulgação de novos talentos.
Deixo-vos com alguns dos meus destaques para o festival deste ano:
Big Bang Love, Juvenile A - Takashi Miike
Exiled - Johnnie To
Fay Grim - Hal Hartley
The Hottest State - Ethan Hawke
Espero saber mais soubre outros filmes que vão ser exibidos e, na devida altura, postarei aqui alguns destaques. Até lá, resta-me só dizer: apressem-se que os bilhetes já estão à venda.
Depois da refrescante e agradável surpresa que foi Gwoemul, no Fantasporto, quis descobrir um pouco mais sobre o seu realizador. Bong Joon-ho começou a sua carreira nas longas metragens há apenas 7 anos, com Flandersui gae, mas foi com este Salinui chueok que alcançou o reconhecimento. O filme valeu-lhe rasgados elogios e uma internacionalização que veio beneficiar, não só quem produz cinema na Coreia mas quem, como eu, quer ter a oportunidade de o descobrir.
Salinui chueok conta a história verídica de um dos mais famosos serial-killers na Coreia do Sul de 1986, marcada por uma ditadura militar. O típico thriller de serial killers, tratado de forma atípica. Está lá o suspense, o mistério, a densidade e multiplicidade nas emoções. Todos os bons ingredientes para um filme acima da média. De forma natural, vamos seguindo a busca ao homem, comandada por 3 detectives de moral ambígua. Os seus métodos são pouco comuns e acabam por dar um toque de descontracção e comédia a todo o possante enredo.
De uma realidade angustiante, o filme retrata uma investigação que acaba por moldar as pessoas que se envolvem nela, que as transforma e as esgota ao limite da loucura. Da mesma forma que requer do espectador um especial desafio para conseguir aceitar determinadas verdades cruas. E é essa a maior qualidade desta obra, ao mesmo tempo que entretém consegue despertar em nós um interesse desesperante pela revelação final, que pode nunca chegar. Porque na vida nem tudo tem respostas.
Ainda que a lista se vá completando a cada dia do ano, em que novos projectos são anunciados, para já esta é a minha lista dos filmes que mais aguardo. A qualidade de alguns é duvidosa, mas o que conta realmente é o buzz que os rodeia. E venham de lá esses filmes de culto.
300
Grindhouse
Zodiac
I'm a Cyborg But That's Ok
The Invisible
Black Sheep
Transformers
The Invasion
Shoot 'Em Up
Eastern Promises Margot at the Wedding Youth Without Youth I'm Not There
Estes são apenas alguns exemplos. E para vocês? Quais os filmes que mais anseiam ver em 2007?
Hoje o not_alone faz dois anos. Ou fazia se ainda estivesse no activo. A verdade é que, estes quase 4 meses de interregno, foram necessários para poder regressar. Por isso decidi voltar agora. Agora que quero ter algo meu. Agora que a silly season está prestes a começar. Agora enquanto posso. Agora enquanto ainda não é tarde.
Agora um parabéns. Aos 2 anos. E às 2ªs oportunidades.
P.S. O regresso será num ritmo lento ao ínicio, para me voltar a habituar a isto e, especialmente, para não me fartar rapidamente. Amanhã farei a minha já conhecida lista dos filmes mais esperados do ano. Porque foi assim que o blog começou da primeira vez.